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11.O Brasil à beira da guerra civil (1961)

O Brasil à beira da guerra civil (1961)


25/08/1961



No dia 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros surpreende o país e renuncia ao cargo de presidente da República, no qual havia sido empossado sete meses antes. Os ministros militares, insurgindo-se contra a Constituição, vetam a posse do vice-presidente João Goulart, que se encontrava em missão oficial no exterior, sob a alegação de que Jango era comunista. Imediatamente, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, denuncia o golpe, entrincheira-se no Palácio Piratini e, através de uma cadeia de emissoras de rádio, a Cadeia da Legalidade, convoca o país à resistênciaLogo conquista a adesão dos governadores do Paraná, Nei Braga, e de Goiás, Mauro Borges, enquanto, nas principais capitais do país, o povo saía às ruas para exigir o respeito da Constituição e a posse de Goulart. Em resposta, os chefes militares determinam a Machado Lopes, comandante do III Exército, sediado no Sul, que prenda Brizola e sufoque o foco de resistência, mas o general desobedece à ordem, que considera inconstitucional, e une-se ao movimento pela legalidade. Em seguida, manda as tropas do Rio Grande avançarem sobre o centro do país. Para tentar detê-las, é enviado para Santa Catarina o general Cordeiro de Farias. O país está à beira da guerra civil. Surge, então, uma solução política para a crise. Isolados, os chefes militares são obrigados a retirar o veto à posse de Goulart, mas arrancam o compromisso de que será instituído no país o regime parlamentarista, reduzindo-se os poderes do presidente. Jango aceita o acordo, apesar da oposição de Brizola, sendo empossado no dia 7 de setembro. Dois anos mais tarde, um plebiscito enterraria o parlamentarismo, devolvendo ao presidente os poderes anteriores. Jango seria deposto em 1964 pelas Forças Armadas. Leia os mais importantes documentos sobre a crise: 1) Clique aqui para ter acesso ao manifesto de Jânio sobre sua renúncia; 2) Clique aqui para ler a íntegra do discurso em que Brizola, pela Cadeia da Legalidade, convoca o povo a resistir ao golpe; 3) Clique aqui para conhecer a ordem militar emanada do Ministério da Guerra determinando ao general Machado Lopes que ataque o Palácio Piratini e sufoque a resistência; 4) Clique aqui para ter acesso ao telegrama em que o general Cordeiro de Farias pedia ao general Machado Lopes que interrompesse o deslocamento de suas tropas para evitar o início do confronto militar.

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