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22.Comunistas tomam poder em Natal e resistem 4 dias (1935)

Comunistas tomam poder em Natal e resistem 4 dias (1935)


23/11/1935



Na noite de 23 de novembro de 1935, enquanto o governo do estado do Rio Grande do Norte, assistia a uma solenidade de formatura no teatro Carlos Gomes, soldados, cabos e sargentos do 21º Batalhão de Caçadores, sediado em Natal, ligados à Aliança Nacional Libertadora (ANL) e ao Partido Comunista assumiram o controle do quartel, distribuíram armas ao povo, tomaram os pontos estratégicos da cidade e formaram o primeiro governo de inspiração comunista do Brasil. A revolta acabou precipitando a eclosão de rebeliões da ANL em unidades militares do Recife e do Rio Janeiro, logo dominadas pelas tropas fiéis a Getúlio Vargas. Em Natal, o governo revolucionário sobreviveu quatro dias, durante os quais diminuiu o preço do bonde e do pão e distribuiu comida e dinheiro à população. Leia as íntegras do primeiro manifesto dos rebeldes e do primeiro comunicado do governo revolucionário de Natal. Manifesto “Ao povo O Rio Grande do Norte, desafrontado nos dias amargos em que viveu tiranizado por um governo forjado na prostituição dos princípio republicanos de outrora, hasteia-se soberbo, como flâmula redentora no setentrião brasileiro, abrindo caminho largo no solo abençoado da Pátria à entrada triunfal do Cavaleiro da Esperança - LUÍS CARLOS PRESTES. Ao seu lado, erguem-se até agora, como mais duas esplêndidas vitórias já conquistadas com sangue, como dois gigantes invencíveis, Pernambuco e Paraíba. PÃO, TERRA e LIBERDADE é o nosso lema. É a vitória do Socialismo sobre a decantada Liberal-Democracia dos políticos profissionais; é a vitória da Aliança Nacional Libertadora; é a vitória de Carlos Prestes; é a vitória do direito do mais fraco, que nunca teve direito! Direito ao que é seu, usurpado pelo mais forte; direito ao PÃO com suficiência; direito às TERRAS; direito à LIBERDADE. E com este postulado, com estas três palavras escritas com fogo na grandeza do nosso idealismo - PÃO, TERRA e LIBERDADE, com essa bravura comprovada no antemanhã esplendente de hoje, marcharemos confiantes para o abraço fraternal dos irmãos do Sul. Nas nossas pegadas, seguindo o nosso passo e o nosso exemplo virão a legendária Amazônia, o valente Grão-Pará, o Maranhão da inteligência, o Piauí heróico, o Ceará escaldante de sol e idealismo. Soldados, cabos e sargentos do 21 BC, que fostes valentes como as vossas próprias armas no início edificante da derrubada de um governo que apodreceu de todo, o Rio Grande do Norte tudo espera de vossa bravura. Mulheres operárias, trabalhadores, gente simples e boa que experimentastes ontem e hoje a vossa resistência nas barricadas, continuai como indômitas sentinelas na defesa santa das reivindicações nacionais. Povo! Conquistastes com sangue um direito; Rio Grande do Norte, sois o marco iniciante, a fé, o orgulho de uma geração redimida. A Aliança Nacional Libertadora assegura garantias plenas a todos os cidadãos, sem distinção de credo político ou religioso, recebendo de braços abertos a todo aquele que deseje de boa fé cooperar na grande obra reconstrutiva que se alicerça. Natal, 24 de novembro de 1935 Comunicado “O Comitê Revolucionário, aclamado democraticamente em praça pública pelo povo de Natal, a capital do Rio Grande do Norte, às dez horas do dia 25 de novembro, e medindo a sua responsabilidade e a necessidade de defender e salvaguardar os interesses do povo e do Estado, DECRETA: 1) Em virtude de não ter sido encontrado em parte alguma deste estado o governador Rafael Fernandes Gurjão, fica o mesmo destituído de seu cargo, que não pode mais exercer. 2) Por não consultar mais aos interesses do povo e do Estado, fica dissolvida por este ato a Assembléia Constituinte do Estado do Rio Grande do Norte, ficando assim os senhores deputados destituídos de seus mandatos, sem remuneração de espécie alguma. Natal, 25 de novembro de 1935

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