top of page

Pesquisa hoje, debate domingo. Começa o segundo turno

Pesquisa hoje, debate domingo. Começa o segundo turno


30.11.1999



Coluna do iG Há enorme expectativa nos meios políticos em relação ao debate de domingo entre Lula e Alckmin na TV Bandeirantes. A avaliação generalizada é de que o confronto dará o tom da campanha no segundo turno, pelo menos na fase de largada. Como se trata de uma campanha de tiro curto, que está mais para uma corrida de 800 metros com obstáculos do que para uma maratona, quem tropeçar na saída poderá enfrentar uma situação muito delicada daí para frente. Qual será o centro do enfrentamento? Prevalecerá a comparação entre o atual governo e o anterior, como deseja Lula, ou a discussão sobre as derrapadas éticas do PT, como pretende Alckmin? Os candidatos debaterão idéias ou trocarão botinadas? Lula, inegavelmente um bom palanqueiro, se mostrará também um bom debatedor? Alckmin, forte nos números e na exposição suscinta de idéias, conseguirá transmitir alma ao que diz? Em suma, fora do ambiente protegido da propaganda gratuita na TV e dos comícios com platéia a favor, como reagirão os dois candidatos a um mano a mano, no qual, por mais que tenham sido treinados e preparados, o resultado final depende basicamente do desempenho pessoal de cada um deles? São muitas as perguntas, pouquíssimas as respostas. O debate ocorrerá cerca de 48 horas depois da divulgação dos resultados da primeira pesquisa de opinião desse segundo turno. Hoje à noite sai um Datafolha, que nos dará informações cruciais sobre a evolução do ânimo do eleitorado de domingo para cá. Três questões são decisivas para tomar o pulso da situação. Primeira: o movimento de ascensão de Alckmin, que empurrou a decisão para o segundo turno, continuou no mesmo ritmo durante esta semana ou perdeu gás? Segunda: os eleitores de Lula no primeiro turno, que o deixaram a cerca de um ponto e meio da vitória, afrouxaram de lá para cá ou se mantêm firmes com ele? Terceira: como estão tendendo a se repartir os quase 10% dos eleitores que no domingo votaram em Heloísa Helena e Cristovam? As respostas a essas perguntas são básicas para que os comandos das duas campanhas possam traçar estratégias para as próximas três semanas. Se, por exemplo, Lula tiver segurado a adesão dos seus eleitores no primeiro turno, seu objetivo fundamental será agregar 3% ou 4% aos 48,6% que já obteve no domingo. Mas, se um percentual expressivo deles tiver baqueado com a ida para o segundo turno, o quadro será bem mais complicado. O mesmo vale para Alckmin. Se o impulso que vitaminou seu crescimento na reta final do primeiro turno ainda estiver vivo – e a diferença entre Lula e ele tiver se reduzido nos últimos dias –, suas dificuldades serão menores. Se, ao contrário, a vantagem de Lula tiver se mantido, o tucano terá uma pedreira pela frente. É bom lembrar que a pesquisa Datafolha divulgada sábado à noite apontava, no caso de segundo turno, para um placar de 49% a 44% para Lula, o equivalente no universo dos votos válidos a 53% a 47%. Ou seja, seis pontos de diferença. Se a pesquisa de hoje derrubar pela metade essa vantagem, teremos uma indicação de que a onda do final da semana passada não se esgotou inteiramente, o que é uma má notícia para Lula. Já se a dianteira do presidente se mantiver entre quatro e seis pontos, teremos um sinal de que ele conseguiu segurar o tranco do resultado do primeiro turno, o que é uma má notícia para Alckmin. Vamos acompanhar.

Posts recentes

Ver tudo

02.Caros leitores

Caros leitores 27.03.2007 Nos últimos oito meses, cinco vezes por semana, dividi com os leitores do IG minhas análises e avaliações sobre...

Comments


bottom of page